domingo, 16 de setembro de 2012

JAPONÊS NA LINGUA PORTUGUESA.



Essas coisas já são conhecidas. Não é fato novo nem estão distante no tempo. São, no entanto, coisas sabidas, e que despercebidas, ganham ausência na interpretação.
Todos nós sabemos que a língua inglesa ocupa um bom espaço na comunicação brasileira, seguido o espanhol, e cá para mim, o japonês. O japonês??? Sim. Não se alarme, vou explicar. Talvez não usemos as palavras porque na fala o som tem seus privilégios. Discorda? Calma! Ainda não expliquei. Vamos analisar uma frase por completo? Vamos observar a entonação? Mas qual é a frase? Calma! Pense na frase:

Eu não sou o que você pensa.
Analisamos por palavra, assim nas palavras em negrito vamos dar ênfase na entonação:
Eu não sou o que você pensa. Eu não sou o que você pensa.
Eu não sou o que você pensa. Eu não sou o que você pensa.
Eu não sou o que você pensa. Eu não sou o que você pensa.
Eu não sou o que você pensa.
Percebeu a ironia em cada entonação?
O Brasil é rico em sotaques e até nomes para coisas. O que é mandioca para mim, no Ceará é macaxera e na Bahia aipim. Mas voltando a falar japonês. Estava eu em frente a um Banco. Uma senhora à minha frente olhou para o céu e, com ar de quem conhece os sinais da natureza, disse convicta: VAIKAIUMTORÓ! Entendi. A chuva forte que desceu quase me impediu de voltar para casa.
Era um dia de quinta-feira quando fazíamos compras. Tenho paciência para tudo. Em quase tudo sou meio zen, mas fazer compras...
A minha esposa é muito inteligente quando faz compras. As mulheres são detalhistas nas compras. Inteligentíssimas! Para mim um copo escrito extrato de tomate é o suficiente para pôr no carrinho se o meu desejo é comprar extrato de tomate, mas para a minha esposa não. Tem de checar o CGC, a data de validade, de qual lado fica a tampa, se o cheiro é agradável, o ano, o dia, a hora, qual foi a máquina que fez o lacre, o nome do funcionário e, não sei, mas parece que descobre até o nome do motorista que fez a entrega. E se o produto possui um preço elevado, diz: TAKARO!
Nos tempos que ainda morava lá na roça, descobri o nome do motel quando a minha tia disse que a vizinha estava com o vizinho na KISHASHA. Mesmo a vizinha sendo feia, ele não perdoava. Também o que importava? Ele não enxergava direito, tinha KATARATA e, com desejos, KATAWA qualquer uma.
No guichê, um homem cheirando KASHASHA cortou a fila. Queria obter o ingresso do jogo de futebol. Um guarda o avistou e, retirando-o, colocou no último dos últimos. O homem FIKOMAU, pagou MIKO e blasfemou contra o segurança que gritou: “fica calado aí meu! Senão te prendo, KISAKO”, disse já retirando a arma. Ele não era homem KIMATAWA OTO, mas podia fazer qualquer coisa, pois, quando vestia a farda, era mais que um guarda, era um segurança KISHIASHAWA. Sei que isso é um assunto SHATO para falar e que, escrevendo assim, você poderá até dizer: o rapaz TASHATO, TASHIASHANO, mas agora até que ele escreve, porque antes KAGAWA nos textos.  
TANAKARA que falar japonês na língua portuguesa não é um mistério, nem para quem está acordado, nem para quem dorme e ainda TANAKAMA, mas alguém KISAKA o jeitinho brasileiro de dar um TOKO na tristeza para sorrir do que não tem graça, SHENUASHA