terça-feira, 15 de outubro de 2013

O VALOR DE UM PROFESSOR


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O VALOR DE UM PROFESSOR.

E se pudéssemos, num dia que não fosse quinze, que não fosse do dez de um ano ou outro. A gente se pegasse pensando na primeira sala. Na primeira carteira. Na primeira letra ou nos primeiros movimentos das mãos. Se pensássemos assim, nos primeiros amiguinhos, na primeira bronca do primeiro professor. E se pudéssemos, num dia que não fosse quinze, que não fosse do dez de um ano ou outro, mas de uma semana qualquer. Num dia algum, de sol, de chuva, de frio ou de desencontros onde procuramos por nós mesmos. E se pudéssemos, num dia que não fosse quinze, que não fosse do dez de um ano qualquer. A gente se pegasse lendo um livro num jardim, lendo um jornal no metrô, lendo os painéis de uma nave no espaço, lendo o contracheque do salário, lendo as leis no congresso, criando leis no país, ou escrevendo nossos discursos. E se pudéssemos, num dia que não fosse quinze, que não fosse do dez de um ano que é sempre. Em todos os discursos, em todas as letras escolhidas, em todas as palavras escritas. Saber onde tudo começou é ultrapassar o dia que é quinze, que é do dez, de um ano qualquer. E se pudéssemos num dia que não fosse apenas quinze, que não fosse apenas do dez, mas de todos os dias. Quem sabe aprenderíamos a bravura das primeiras letras, o valor de um professor, em todos os tempos.