sexta-feira, 18 de abril de 2014

CONHEÇA JANETE CLAIR, FORMIDÁVEL DRAMATURGA DA TELENOVELA BRASILEIRA.


Janete Clair nasceu Ginette Stoco Emmer, filha do libanês Salim Emmer. Depois de passar uma infância tranquila em Conquista, no Triângulo Mineiro, no vale do Rio Grande próxima a Uberaba em Minas Gerais, o talento de Janete para a vida artística começou a despontar quando a família se mudou para Franca - São Paulo. Na Rádio Herz, a principal emissora da cidade, Janete fazia sucesso interpretando canções em árabe e francês. Aos quatorze anos, precisou interromper temporariamente a vida artística e se dedicou a trabalhar como datilógrafa para ajudar na renda da família. Depois, já na capital São Paulo, fez estágio num laboratório como bacteriologista e aos vinte anos passou num teste para ser locutora e rádio atriz da Rádio Tupi. Adotou o sobrenome artístico Clair, inspirada na música "Clair de Lune" de Claude Debussy por sugestão de Otávio Gabus Mendes. Nessa época, trabalhando na rádio, conheceu e se apaixonou por seu futuro marido, o dramaturgo Dias Gomes.
Nos anos 50, já casada, foi incentivada pelo marido a escrever radionovelas e teve grande sucesso com Perdão, Meu Filho Rádio Nacional, 1956. Com Dias Gomes, Janete teve os filhos: Guilherme, Alfredo, Denise e Marcos Plínio, este falecido ainda criança com dois anos e meio, fato que em demasia a fez sofrer.
Na década de 1960 iniciou a produção para a televisão, com as telenovelas O Acusador e Paixão Proibida, ambas pela TV Tupi. Em 1967, recebeu a missão de alterar a trama da telenovela “Anastácia, a Mulher sem Destino, da Rede Globo, para reduzir drasticamente as despesas de produção. Ela, então, inseriu na história um terremoto que matou mais da metade dos personagens e destruiu a maior parte dos cenários. Depois disso, ficou em definitivo na Rede Globo, onde escreveu telenovelas como Sangue e Areia, Passo dos Ventos, Rosa Rebelde e Véu de Noiva.
Nos anos 70 escreveu algumas das telenovelas de maior sucesso da história televisiva nacional, como Irmãos Coragem (1970), Selva de Pedra (1972) e Pecado Capital (1975), período este em que passou a ser chamada de "a maga das oito", por garantir índices de audiência estratosféricos nas telenovelas exibidas neste horário, sendo, em muitas, indiscutivelmente imbatível. Em 1978, parou o Brasil com a telenovela O Astro, em torno do mistério "Quem matou Salomão Hayala?", personagem então interpretado por Dionísio Azevedo. Janete Clair se tornou a maior autora popular da história da televisão do Brasil, a única a alcançar 100 pontos de audiência. Morreu precocemente, vitimada por um câncer no intestino, enquanto escrevia a telenovela Eu Prometo, que deixou inacabada. Esta acabou sendo concluída pela colaboradora Glória Perez, que viria a se tornar reconhecida e respeitada novelista pelo viúvo Dias Gomes.
Janete era símbolo de carisma, simplicidade e talento. Suas histórias ainda povoam a mente dos brasileiros. De modo ímpar, permitiu junto com trabalhos de autores como Walter George Durst, Ivani Ribeiro, Cassiano Gabus Mendes e Lauro César Muniz, dentre outros, a popularização da novela como produto de cultura massificada e acessível à população brasileira. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário