sexta-feira, 13 de junho de 2014

POESIAS & AMIGOS


NILL CRUZ VILHENARTS "ENTREVISTAS"

Quem fará parte da página “Poesia e Amigos” é a minha amiga Suzane Schmitka. Revisora, escritora, jornalista, cantora e agora professora de língua portuguesa. Nesse bate-papo, falaremos de literatura e música, algo muito presente na vida dessa artista vilhenense.
 ♫


NILL CRUZ: Suzi, fale da sua relação com a literatura e como foi o seu primeiro contato com os livros e quais livros você prefere.
SUZI Meu primeiro livro foi “O gato com frio”, de Mary e Eliardo França, na primeira série. Eu gosto de literatura antes mesmo de saber escrever, gostava de inventar histórias e ficava horas olhando nos livros para aqueles símbolos, querendo saber o que significavam, antes de aprender a ler. Atualmente, meus favoritos são Lolita, de Vladimir Nabokov, porque foi um divisor de águas na minha forma de encarar a literatura, e um livro de contos da Lygia Fagundes Telles, cujo nome não lembro, mas que tinha os contos “As cerejas” e “A estrutura da Bolha de Sabão”. Meu tipo atual de leitura são os teóricos da literatura e poesia, muita poesia, inclusive haikais.

NILL CRUZ Quais autores você gosta mais e o que você tem lido ultimamente?
SUZI ♪ Meus autores favoritos são os rebeldes e os abandonados pela crítica. Tenho lido Elizabeth Bishop, Ana Cristina César e Julio Cortázar. Ficção científica e romances pós-apocalípticos também estão nos atuais favoritos.

NILL CRUZ Como foi estudar letras e por que você escolheu esse curso?
SUZI ♪ Foi fantástico. Eu tinha dúvidas entre Jornalismo e Letras, mas optei por Letras porque queria algo relativo a leitura e gramática. Acabei enveredando pela Teoria Literária, disciplina na qual pretendo me especializar com o Mestrado, e indico a todos que conheço e que gostam de ler o Curso. Fácil não é, é preciso paixão pela coisa para ir até o fim. Mas a recompensa é incomparável. Você nunca mais lê, ouve música, vê um filme do mesmo jeito novamente. A gente aprende muito do ser humano quando se aprofunda na literatura e na linguagem. Houve momentos em que eu quis mesmo desistir. Mas foram minutos apena: final de semestre, pressão, nota baixa. Depois eu voltava mais empolgada ainda. Era só reler algum dos meus autores favoritos. Eu escolhi Letras soa meio estranho, na verdade o curso e eu nos trombamos por uma feliz coincidência do acaso. Não me imagino em nenhuma outra área. Talvez História. Talvez.

NILL CRUZ: Agora que você terminou o curso de letras, o que pretende fazer, quais os seus planos? Vai atuar no ramo do ensino?
SUZI ♪ Não tenho o dom para ser didática, para transmitir o conhecimento do jeito que é preciso na escola. Vou fazer o Mestrado e continuar na área da pesquisa, mas por enquanto o foco é no curso de inglês, e futuramente tentar a área de tradução, que sempre foi um objetivo distante.

NILL CRUZ: Como é para você trabalhar num jornal?
SUZI ♪ Uma loucura. A parte da repórter me faz conhecer gente todo dia, lidar com a história da cidade e com os rumos do futuro, reunir informações, escolher o que vou mostrar e o que não posso, é uma baita responsabilidade, eu acredito. A parte da revisão é mais minha área, deixar o texto claro e uniforme para os leitores. A parte em que edito textos também tem mais a ver com Letras, é dar forma ao texto. Eu gosto muito. É bom chegar num lugar e as pessoas comentarem sobre meus textos, ou ver que uma matéria minha foi útil pra comunidade.




NILL CRUZ: Fale um pouco do seu lado musical e de como foi o seu primeiro contato com a música.
SUZI ♪ Música? Eu gosto, trabalho ouvindo, me divirto com ela. Eu comecei também por acaso, aos quinze anos, quando uma amiga me chamou pra aulas de violão. No começo era meio desleixada, mas depois peguei gosto e hoje em dia tem vezes que prefiro ser só violonista. Música está em tudo, e tem uma intersecção bacana com a literatura, com a poesia e a sonoridade das palavras. Música também é uma linguagem universal quando é só o som. Eu amo, mas não seguiria carreira na área, acho que sou melhor escrevendo.

NILL CRUZ: Qual a sua linha/estilo musical?
SUZI ♪ Alternativo, um pouco de folk. Voz e violão, acústico. Devo meu nome a uma cantora assim, a Suzanne Vega, e até hoje meu estilo se identifica: Leonard Cohen, Jeff Buckley, John Mayer, e por aí vai, sou bastante eclética, cresci ouvindo Dire Straits e Christian e Ralf.
NILL CRUZ: Qual cantor te inspira mais?
SUZI ♪ A Suzanne Vega. Parece até egocentrismo, mas gosto das letras dela, ela tem formação em literatura e escreve muito bem. É introspectiva e mesmo hoje em dia segue fazendo shows intimistas pelo mundo. Pra mim isso é um artista de verdade, que faz pela música, não pela fama.

NILL CRUZ: Para finalizar deixe uma mensagem.


SUZI ♪ Eita... Eu diria que todos nós podemos mudar o futuro, que não existe essa de destino e cartas marcadas. Devemos decidir e tentar ser pessoas melhores todos os dias, que o universo devolve para nós tudo, tudo o que oferecemos. Ser bom é a forma mais rápida de ser feliz, por conta própria, e de uma felicidade que vem de dentro, então ninguém pode roubá-la de você, porque ela não está depositada em ninguém nem em coisas materiais. Podem existir dias tristes, são coisas da vida, mas a gente aprende a atravessar as tormentas com mais serenidade. E uma palavra: serendipidade. Foi dicionarizada este ano, só existia no inglês. Significa encontrar coisas boas sem estar necessariamente procurando por elas.


* Acesse o youtube e veja mais outros videos:

                       https://www.youtube.com/watch?v=1DrfqaBEcpQ

♫