sábado, 21 de junho de 2014

RETICÊNCIAS



E...
Quando o voltar voltar, quero saber o que sente um partir. Se depois de um abraço houve apego aos sonhos buscados. Se depois das despedidas guardou no canto dos olhos uma lágrima tímida. Se depois de algum tempo se estabeleceu dentro de si mesmo. Se as chegadas chegam pra ficar, se ficam porque se entusiasmam ou por necessidades. Se as esperanças acreditam mesmo nas esperas. Se a fé tem mesmo fé e se a razão crê na razão.
Quando o partir partir, quero saber sobre os sentimentos de “um voltar”. Fez compras em um lugar qualquer? Olhou pela vidraça? Entregou-se nas paisagens das estradas, desenhou as ruas, restaurou prédios antigos, casas em ruínas ou fez planos diante do portão antes de entrar na casa nova e descansar?
Quando “o ficar” ficar depois de ter partido e voltado, pretendo entender os anseios de uma inconstância. Valeu a  pena ter partido? Valeu a pena ter voltado? Mais ainda, vale a pena ficar depois de saber que as reticências só possuem direção após dialogar com as palavras? Na verdade, podemos partir. Ir. Voltar. E sem sair de dentro de nós mesmos, absorver os movimentos da vida.