quarta-feira, 19 de novembro de 2014

VERÔNICA ME FEZ SABER

VERÔNICA ME FEZ SABER


Seu olhar me gritou. Seu sorriso me trouxe ao mundo. Tudo estava “de repente” e, naquele espaço, adolescentes brincavam. No meio de tantas falas, uma frase me conectou à vida: “Eu quero Jardins”. A vida precisa de jardins em todos os tempos e em todos os passos das pessoas. Pensei, sentindo a elevação do tempo em mim. Na intenção de melhorar o meu ser, esqueci que no fundo queremos jardins. É interessante observar uma multidão, cada um segue em uma direção e no final encontram os seus propósitos. Meus passos não seguiam para lugar nenhum, meu coração sim. Parado e com uma caneta na mão, segui uma estrada dentro de mim: as palavras. No momento em que me localizei, sentado, plantei flores. Meu jardim estava árido, as flores murchavam e os canteiros precisavam de uma reforma. Olhai os lírios do campo, Jesus disse quando a multidão lhe apressava. Eu queria pressa e Verônica, jardins.
Os alunos se afastavam lentamente, rumo às salas. As horas iam se desgastando e os segundos matavam o tempo que passava sem querer saber que eu queria “jardins”. Diante dos meus olhos, uma folha em branco encheu-se de júbilo, sabendo que receberia flores em forma de palavras, e foi isso que plantei. Rabisquei-a. As flores brotaram... Ganharam vida...
A folha pareceu sorrir quando Sabrina a tocou. Leu, e o poema fora entregue à menina, que jogando, queria jardins.
Sabrina e Verônica leram o texto em voz alta. Meu coração se derreteu com a surpresa. Faltavam tantas coisas em mim naquela manhã em que eu deixara o hospital. Mas Verônica me fez saber, eu também quero Jardins.