terça-feira, 7 de abril de 2015

REFLEXÃO SOBRE O TALVEZ




               Tem palavra que toma a gente por inteiro, por um instante ou por alguns dias. Quem nunca esbarrou num Talvez? Mesmo que, Talvez, fosse um esbarro ou que o esbarro fosse um Talvez? O fato é que essa palavra Tal, é Vez em todos os tempos, em muitos mortais.
               O Talvez é um ir que não garante a certeza ou um ficar que não se instala, mas que promete uma possibilidade. O Talvez possui doçura no som! Mesmo quando machuca ouvi-lo, há no Talvez um grafo de esperança. Um Quem Sabe eu vou ou um Porventura eu fico, fica mais suave com um Talvez. 
               No reino dos advérbios o sufixo não mente, mas “mente” acompanha alguns e suposta ‘a’ mente um possivelmente, mente. 
Aparentemente um Por Certo pode induzir a uma certeza, mas se Acaso isso não acontecer, será melhor um Talvez. Eu não tenho dúvidas, tenho o Talvez. Quando o amor pronuncia um Talvez, o verbo esperar se enche de riso. Se a chegada não acontece a felicidade fica por conta do que foi imaginado. Se consumar o encontro, a alegria transborda.
               O Talvez é ambíguo, navega em tempos distintos. 
               Ouvir um Quem Sabe arranha mais do que um Talvez. Não se lê um Talvezmente, o que não seria uma inverdade, o Talvez mente. Ele se esconde nas possibilidades e amolda-se, aparentemente, no seu próprio Talvez...