segunda-feira, 27 de abril de 2015

REFLEXÃO SOBRE O SIM E O NÃO  



Tenho a impressão que a gente acorda Sim, se levanta Não e se desperta na possibilidade da Escolha. Que durante o dia, a gente é todo Sim, é todo Não e entre esses dois símbolos, a Escolha. Na verdade, não somos apenas água, carne e osso, somos Escolha.
Guardo essa inquietação, que o Sim é fulgente, o Não é claro e a Escolha, um árbitro. Que a alma existe, o espírito vive e o corpo é Escolha. Isso se resume em segundos, em cada movimento. A gente demora no Sim, demora no Não e se a escolha demora, vira um Talvez. Durante o dia a gente diz não para o Sim, alguns segundos depois, diz não para o Não. O Talvez fica a decidir quando é sim para Sim e quando é não para o Não: talvez sim, talvez não.
A Escolha, quando escolhe, às vezes recebe um não do Não ou um sim do Sim, mas toda decisão, mesmo sendo um não, é um sim.  Concordar já é um Sim, mesmo que por dentro o Não grita não.
Sinto por dentro que o Sim quer ser o Não e que o Não deseja ser o Sim. Nós, que vivemos de espelhos, queremos ser quem imaginamos. Imagine a dor de um Sim dizendo sim para a morte de quem faz o bem, imagine a dor de um Não dizendo não para a morte de quem só faz maldades. Ah! Mas eles também decidem juntos: imagine a luta do Sim e do Não tentando impedir que a Escolha deixe um indivíduo Assistir o BBB, ouvir alguns funks ou gastar tempo com televisão?
Tenho mesmo a impressão de que, entre o Sim e o Não, a Escolha é uma intermitência, e que esses gêmeos são palavras sábias quando a vida nos cobra a sabedoria.