Todas
as notícias ficaram velhas. Envelheceram os gestos, as expressões e os
sorrisos. Os olhos não envelheceram, mas ficaram cansados. Os ouvidos não acumularam
tempo, perderam os ânimos. Nenhuma música nova. Nem um filme. Esculturas.
Literaturas. Nenhuma palavra excêntrica.
Todas
as religiões ficaram velhas. A fala. As regras. As explanações.
O
novo, um velho novo.
Tudo
que era novo.
O
novo que era tudo.
O
que era, e que, agora é, é simplesmente um “É” velho.
Todas
as notícias chegaram rápidas, mas num rápido velho. As novidades foram
espalhadas velhosamente, confundindo os gostos. As possibilidades aumentaram,
apressando a pressa do homem. As rotinas rotinaram, envelheceram. As inovações
não provocaram risos, não acenderam desejos, nem despertaram olhares. Ficaram
velhas as confissões, as declarações, as opiniões, as insinuações, as
posições... as manifestações, as aproximações, as agressões e os afastes.
O
amor ficou velho.
Não,
não! O amor ficou novo demais. Novar muito acende o medo. O amor ficou “assim”,
abarrotado de medo: como quer um “assim” avelhantado.
As
palavras.
Essas
declararam toda forma de velhice. Aquelas delicadas, que chegaram vestidas de
carismas, soprando delicadezas, caíram em desuso.
Todos
os eu-te-amo ficaram velhos.
Se dispersaram dos
corações. Saíram por aí. Num aí sem apego, sem obrigações. Envelhecendo os
encontros. Abrindo silêncios. Anoitecendo as manhãs das tardes que envelhecem,
por não ter recortes novos.
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