sexta-feira, 10 de abril de 2020
GATO DE RUA
Livro de contos e crônicas
Em Lançamento!
O FRUIR
LITERÁRIO EM A MENINA QUE NÃO CABIA NO
MUNDO
A nostalgia de um “mim”
perdido no espaço-tempo, a peregrinar por aí “sem saber o que fazer ou onde
parar”, inunda-me cada vez que viro a página desta pequena caixinha de mundos
imiscíveis e a um tempo homogêneos que tenho nas mãos.
Sim.
Finalmente tenho em meu
poder o tão esperado exemplar: A MENINA QUE NÃO CABIA NO MUNDO. E, como em
Felicidade Clandestina, sigo adiando o prazer de devorar os contos que aqui
figuram.
As personas nesta obra se
apresentam de forma tanto única quanto comum e pergunto-me: Por que me encaixo
perfeitamente em cada um desses encantadores enredos?
Um universo de conhecimento
despretensioso mora aqui e quando meus olhos passeiam pausadamente pelos
rincões da página, sinto-me roçar a existência de Clarice ou de Cecília nesse
adorável limiar entre a prosa e a poesia.
Pensamentos de um saber
filosófico profundo, colhidos na tecitura dos contos, habitarão para sempre a
memória “das minhas retinas”.
A saber, através destas
linhas pude revisitar “meus escombros sem ao menos enviar-me um aviso” e
entender, finalmente, que “as coisas que mais doeram foram as que eu sustentava
achando que não ia passar; quando as deixei sem sustento, passou”.
Passou e ensinou-me que às
vezes pode até nos faltar alimento ao organismo. Nunca, no entanto, ao
intelecto. Devemos ter sempre à disposição “uma máquina de fazer pão” e livros.
Muitos livros. Pois “livros são ótimos para proteger a cabeça”.
Confesso que em alguns
momentos “meus olhos ganharam águas ao fim da leitura”. Como gotas as palavras
constantemente “rasgam minhas entranhas” e vão regando meus jardins internos
que por muito tempo quedaram ressequidos e desabitados. Visto que “as flores
murchavam e os canteiros precisavam de uma reforma” na ânsia de encontrar num
instante ímpar o maravilhoso fruir do texto!
Nill Cruz logra, em suas
composições, jogar com as palavras como em tempos idos brincavam os meninos com
“bola, papagaio, pião”!
Eis a obra que eu aguardava
para alargar meus horizontes literários e estabelecer meu plano de fuga da
realidade. Afinal, não há nada como “a paz dos livros” “para aliviar as
angústias”, pois “o homem vive melhor quando imagina. A realidade é peso
grande” demais.
Uma resenha de:
Jaquelini Silva Brito de Jesus Porfírio