NILL CRUZ VILHENARTS "ENTREVISTAS"
Quem fará parte da página “Poesia e
Amigos” é a minha amiga Suzane Schmitka. Revisora, escritora, jornalista,
cantora e agora professora de língua portuguesa. Nesse bate-papo, falaremos de
literatura e música, algo muito presente na vida dessa artista vilhenense.
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NILL CRUZ: Suzi,
fale da sua relação com a literatura e como foi o seu primeiro contato com os
livros e quais livros você prefere.
SUZI ♪ Meu primeiro livro foi “O gato com
frio”, de Mary e Eliardo França, na primeira série. Eu gosto de literatura
antes mesmo de saber escrever, gostava de inventar histórias e ficava horas
olhando nos livros para aqueles símbolos, querendo saber o que significavam,
antes de aprender a ler. Atualmente, meus favoritos são Lolita, de Vladimir
Nabokov, porque foi um divisor de águas na minha forma de encarar a literatura,
e um livro de contos da Lygia Fagundes Telles, cujo nome não lembro, mas que
tinha os contos “As cerejas” e “A estrutura da Bolha de Sabão”. Meu tipo atual
de leitura são os teóricos da literatura e poesia, muita poesia, inclusive
haikais.
NILL CRUZ Quais autores você gosta
mais e o que você tem lido ultimamente?
SUZI ♪ Meus autores favoritos são os
rebeldes e os abandonados pela crítica. Tenho lido Elizabeth Bishop, Ana
Cristina César e Julio Cortázar. Ficção científica e romances pós-apocalípticos
também estão nos atuais favoritos.
NILL CRUZ Como foi estudar letras e
por que você escolheu esse curso?
SUZI ♪ Foi fantástico. Eu tinha dúvidas
entre Jornalismo e Letras, mas optei por Letras porque queria algo relativo a
leitura e gramática. Acabei enveredando pela Teoria Literária, disciplina na
qual pretendo me especializar com o Mestrado, e indico a todos que conheço e
que gostam de ler o Curso. Fácil não é, é preciso paixão pela coisa para ir até
o fim. Mas a recompensa é incomparável. Você nunca mais lê, ouve música, vê um
filme do mesmo jeito novamente. A gente aprende muito do ser humano quando se
aprofunda na literatura e na linguagem. Houve momentos em que eu quis mesmo
desistir. Mas foram minutos apena: final de semestre, pressão, nota baixa.
Depois eu voltava mais empolgada ainda. Era só reler algum dos meus autores favoritos.
Eu escolhi Letras soa meio estranho, na verdade o curso e eu nos trombamos por
uma feliz coincidência do acaso. Não me imagino em nenhuma outra área. Talvez
História. Talvez.
NILL CRUZ: Agora
que você terminou o curso de letras, o que pretende fazer, quais os seus
planos? Vai atuar no ramo do ensino?
SUZI ♪ Não tenho o dom para ser didática,
para transmitir o conhecimento do jeito que é preciso na escola. Vou fazer o
Mestrado e continuar na área da pesquisa, mas por enquanto o foco é no curso de
inglês, e futuramente tentar a área de tradução, que sempre foi um objetivo
distante.
NILL CRUZ: Como
é para você trabalhar num jornal?
SUZI ♪ Uma loucura. A parte da repórter me
faz conhecer gente todo dia, lidar com a história da cidade e com os rumos do
futuro, reunir informações, escolher o que vou mostrar e o que não posso, é uma
baita responsabilidade, eu acredito. A parte da revisão é mais minha área,
deixar o texto claro e uniforme para os leitores. A parte em que edito textos
também tem mais a ver com Letras, é dar forma ao texto. Eu gosto muito. É bom
chegar num lugar e as pessoas comentarem sobre meus textos, ou ver que uma
matéria minha foi útil pra comunidade.
NILL CRUZ: Fale
um pouco do seu lado musical e de como foi o seu primeiro contato com a música.
SUZI ♪ Música? Eu gosto, trabalho ouvindo,
me divirto com ela. Eu comecei também por acaso, aos quinze anos, quando uma
amiga me chamou pra aulas de violão. No começo era meio desleixada, mas depois
peguei gosto e hoje em dia tem vezes que prefiro ser só violonista. Música está
em tudo, e tem uma intersecção bacana com a literatura, com a poesia e a
sonoridade das palavras. Música também é uma linguagem universal quando é só o
som. Eu amo, mas não seguiria carreira na área, acho que sou melhor escrevendo.
NILL CRUZ: Qual
a sua linha/estilo musical?
SUZI ♪ Alternativo, um pouco de folk. Voz e
violão, acústico. Devo meu nome a uma cantora assim, a Suzanne Vega, e até hoje
meu estilo se identifica: Leonard Cohen, Jeff Buckley, John Mayer, e por aí
vai, sou bastante eclética, cresci ouvindo Dire Straits e Christian e Ralf.
NILL CRUZ: Qual
cantor te inspira mais?
SUZI ♪ A Suzanne Vega. Parece até
egocentrismo, mas gosto das letras dela, ela tem formação em literatura e
escreve muito bem. É introspectiva e mesmo hoje em dia segue fazendo shows
intimistas pelo mundo. Pra mim isso é um artista de verdade, que faz pela música,
não pela fama.
NILL CRUZ: Para finalizar deixe uma
mensagem.
SUZI ♪ Eita... Eu diria que todos nós
podemos mudar o futuro, que não existe essa de destino e cartas marcadas.
Devemos decidir e tentar ser pessoas melhores todos os dias, que o universo
devolve para nós tudo, tudo o que oferecemos. Ser bom é a forma mais rápida de
ser feliz, por conta própria, e de uma felicidade que vem de dentro, então
ninguém pode roubá-la de você, porque ela não está depositada em ninguém nem em
coisas materiais. Podem existir dias tristes, são coisas da vida, mas a gente
aprende a atravessar as tormentas com mais serenidade. E uma palavra:
serendipidade. Foi dicionarizada este ano, só existia no inglês. Significa
encontrar coisas boas sem estar necessariamente procurando por elas.
* Acesse o youtube e veja mais outros videos:
https://www.youtube.com/watch?v=1DrfqaBEcpQ
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